A obesidade é uma das doenças que mais vem mostrando alto risco de mortalidade associada à Covid-19. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é a principal causadora de morte por consequência do coronavírus em pessoas consideradas jovens. Agora, pesquisadores do instituto Cleveland Clinic (EUA) reforçam essa percepção e mostram que a perda rápida de peso após a realização de cirurgia bariátrica pode estar associada com quadros menos graves da doença e taxas menores de hospitalização.
Para chegar a essa conclusão, o estudo avaliou 4.365 pacientes com obesidade grave que haviam testado positivo para a SARS-CoV-2, entre os meses de março e julho de 2020. A indicação vai ao encontro do que vem sendo observado no Brasil e no mundo todo desde o início da pandemia. O Reino Unido foi um dos primeiros países a atualizar a lista de pessoas do grupo de risco ao coronavírus, ainda em março, incluindo indivíduos com índice de massa corporal (IMC) acima de 40 kg/m². À época, sete em cada dez pacientes internados com o vírus no país eram obesos.
“A pandemia pode representar um marco para o combate da obesidade no mundo. Não podemos deixar passar a oportunidade de atualizarmos entendimentos e diretrizes. Muito se fala sobre os prejuízos a longo prazo do confinamento para a nossa saúde mental, da exaustão da rotina de home office e videoconferências. Mas para quem luta contra a obesidade, esse resultado pode ser ainda mais alarmante”, aponta o médico-cirurgião Luiz Alfredo Vieira d’Almeida, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e do American College of Surgeons.
O cirurgião, que atua há 20 anos no combate à obesidade no país, tem mantido a realização das cirurgias com atenção aos protocolos de saúde, ciente da necessidade de seus pacientes pelo tratamento. A contribuição dada durante a pandemia rendeu ao médico uma homenagem da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, que lhe deu no fim do ano passado um diploma de agradecimento e reconhecimento por sua atuação essencial junto a um dos públicos de maior risco para o novo coronavírus.