04/04/2017
Paciente bariátrico não deve fazer jejum no primeiro ano pós-cirurgia

A prática do jejum existe há milhares de anos, está presente em religiões e figura na literatura médica. O tema voltou a ser frequente entre quem precisa perder peso, com experiências divulgadas amplamente nas redes sociais. De acordo com a nutricionista Licia Pereira, a prática pode trazer benefícios à saúde se acompanhada de perto por um profissional. Só não vale para os pacientes bariátricos no primeiro ano após a cirurgia, pois eles ainda estão em adaptação.

 A especialista do Núcleo de Tratamento da Obesidade explica porque o método, que vai na contramão da orientação de se comer de três em três horas, pode ser benéfico. “O jejum pode ser uma libertação para quem não se adapta à rotina de pequenas refeições durante o dia, mas só indico a pacientes que têm o perfil e podem se beneficiar. Estudos recentes mostram melhora da composição corporal, redução de marcadores inflamatórios e prevenção à síndrome metabólica”, orienta a nutricionista.

Licia Pereira esclarece que o chamado jejum intermitente, popular entre artistas e na internet, geralmente leva em conta o protocolo de 16 por 8: comer dentro de uma janela de 8 horas e jejuar 16 horas. Mas faz o alerta: “esse protocolo será decidido em conjunto com o profissional de nutrição e não deve ser restritivo a apenas um tipo de alimento, por exemplo”, destaca, reforçando que o jejum deve ser prazeroso e não deve ser feito para compensar uma ingestão errada.

A nutricionista explica ainda que em hipótese alguma crianças, diabéticos, gestantes e mulheres que amamentam devem recorrer a jejuns forçados. Já os pacientes bariátricos não devem fazer o jejum no primeiro ano porque ainda estão se adaptando a novas quantidades de comida, processos de mastigação e prática de atividade física.