A prática do jejum existe
há milhares de anos, está presente em religiões e figura na literatura médica.
O tema voltou a ser frequente entre quem precisa perder peso, com experiências divulgadas
amplamente nas redes sociais. De acordo com a nutricionista Licia Pereira, a
prática pode trazer benefícios à saúde se acompanhada de perto por um
profissional. Só não vale para os pacientes bariátricos no primeiro ano após a
cirurgia, pois eles ainda estão em adaptação.
A especialista do Núcleo de Tratamento da
Obesidade explica porque o método, que vai na contramão da orientação de se
comer de três em três horas, pode ser benéfico. “O jejum pode ser uma libertação
para quem não se adapta à rotina de pequenas refeições durante o dia, mas só
indico a pacientes que têm o perfil e podem se beneficiar. Estudos recentes
mostram melhora da composição corporal, redução de marcadores inflamatórios e prevenção
à síndrome metabólica”, orienta a nutricionista.
Licia Pereira esclarece
que o chamado jejum intermitente, popular entre artistas e na internet,
geralmente leva em conta o protocolo de 16 por 8: comer dentro de uma janela de
8 horas e jejuar 16 horas. Mas faz o alerta: “esse protocolo será decidido em
conjunto com o profissional de nutrição e não deve ser restritivo a apenas um
tipo de alimento, por exemplo”, destaca, reforçando que o jejum deve ser
prazeroso e não deve ser feito para compensar uma ingestão errada.
A nutricionista explica
ainda que em hipótese alguma crianças, diabéticos, gestantes e mulheres que
amamentam devem recorrer a jejuns forçados. Já os pacientes bariátricos não
devem fazer o jejum no primeiro ano porque ainda estão se adaptando a novas
quantidades de comida, processos de mastigação e prática de atividade física.