A mulher é guerreira, é bela e independente. Mas afetiva, conciliadora,
tem o dom de ouvir. Ela é mãe, avó, irmã, tia. Quase sempre o porto-seguro da
família, o pilar central. Talvez essas definições expliquem a força
sobre-humana que deixamos sobre seus ombros. Esquecemos que a mulher precisa de
cuidado, de atenção à saúde. Ás vezes elas mesmas esquecem disso.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que quase 50 mil
mulheres morrem por ano de doenças coronarianas no Brasil.
Isso é quase metade das causas de morte feminina. Ainda assim, e talvez por
esse motivo, o diagnóstico delas em consultórios e emergências do país ainda é
falho.
“Culturalmente, é o homem que enfarta em meia idade, devido a maus
hábitos alimentares e genética. Mas essa pré-avaliação é errônea. Ainda há
mulheres que morrem porque o infarto não é identificado imediatamente nas
consultas”, explica a cardiologista Márcia Barbeito.
Há um motivo biológico para que elas enfartem menos que os homens: o estrogênio.
Pela incidência do hormônio muitas só apresentam caso grave coronariano após a
menopausa. Mas estudos recentes mostram que, nas últimas duas décadas, o número
de infartos em mulheres de meia-idade vem aumentando, enquanto o de homens se
equilibra e até diminui.
No dia 8 de março lembra-se a luta da mulher por igualdade. A saúde delas
também precisa de atenção e deve ser tão bem avaliada quanto a dos homens.